quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O que o jornalista tem?


Tem faro e pautas? Tem! É ágil como ninguém...O que o jornalista tem?*


No jornalismo, independente do tempo ou das inovações tecnológicas, alguns pontos são essenciais para quem quer exercer a profissão. Foi sobre esses pontos, que conversamos com o jornalista Daniel Brandi, que atualmente trabalha como Editor de texto na TV Sergipe e nos contou um pouco sobre sua trajetória e sua experiência.

Um momento importante é quando Daniel nos aponta que um dos principais fatores para o sucesso de um jornalista é a sua capacidade de aprender de tudo um pouco, ou seja, um jornalista polivalente, que domine não só duas, mas três, quatro ou mais áreas, característica essa, também apontada no revolucionário livro Jornalismo 2.0 - Como sobreviver e prosperar de Mark Briggs.

Vamos conhecer melhor o jornalista Daniel Brandi, sua carreira e opiniões a respeito da própria profissão.
O jornalista Daniel Brandi (Foto: Arquivo pessoal)

Melo Journal: Daniel, conte um pouco sobre sua carreira, sua trajetória. Quando e onde se formou? O que esperava do curso? Como foi o começo de sua carreira?


Daniel Brandi: Minha formatura aconteceu em 2007, pela Universidade Federal de Sergipe. Durante o curso, conheci professores de experiências variadas, que contribuíram positivamente para minha formação. Logo nas primeiras aulas, descobri que o curso de Jornalismo tinha como base uma série de disciplinas de áreas fundamentais do conhecimento, como História Econômica, Estética, Sociologia e Filosofia. E como aprendi nessas aulas! Fiquei impressionado com a paixão pelo conhecimento de muitos desses professores – algo que despertou em mim o interesse por assuntos tratados superficialmente nas escolas.

No decorrer do curso, percebi que era preciso ir além dos temas ensinados na sala de aula. Por isso a biblioteca se tornou minha segunda casa, onde busquei praticar o que batizamos (eu e um colega) de “Universidade Paralela”. Chegamos a organizar uma palestra com esse nome, onde convidamos jornalistas de diferentes áreas.

Com o diploma na mão, dei continuidade à profissão que aprendi na fase do estágio. Desde então, sou editor de texto e amo o que faço. Os métodos e instrumentos da edição aprendi na prática, ano após ano. Mas o arcabouço teórico vem da faculdade, que nos oferece régua e compasso para uma análise crítica dos fatos – antes e depois de se transformarem em notícias. 

Melo Journal: Quando começou a trabalhar na área? Você consegue enxergar mudanças na forma de trabalhar ao longo desses anos? Quais mudanças?

Daniel Brandi: Meu emprego veio em consequência do estágio. Contei com o privilégio de não precisar distribuir currículos e considero isso uma bênção, já que o mercado das Redações é bem restrito. Quanto às mudanças, posso dizer que o Jornalismo é uma das áreas mais afetadas pela revolução tecnológica. Vivemos o desafio de noticiar cada vez mais rápido, num estágio social em que muitos se tornam, por iniciativa própria, ativos produtores de notícias. As informações chegam às Redações no exato segundo em que acontecem. Cabe ao jornalista reforçar o filtro das fontes e calibrar melhor a pontaria sobre o que merece ser divulgado. Na minha opinião, a principal mudança é ter que renovar o sabor da notícia, mesmo quando ela já foi provada e digerida nas redes sociais da Internet.

Melo Journal: Pra você, quais são os pré-requisitos para ser um jornalista hoje?

Daniel Brandi: Em primeiro lugar, o jornalista tem que gostar de ler. Aprendi com meu tio que “quem não lê, não escreve”. E esse ditado será sempre atual. Afinal, o formato, a plataforma, o meio, o público podem mudar, mas a força de um texto continuará a ser medida pela familiaridade do jornalista com as palavras. A profissão requer paixão pela leitura. Além disso, é preciso ser ágil e observador. Ágil para pautar, reportar e editar com qualidade em tempo reduzido. E observador para descobrir novos ângulos para assuntos comuns. O bom jornalista sabe transformar uma pauta sobre vendas natalinas em uma reportagem inédita.

Melo Journal: Você vê algum pré-requisito a mais para ser um bom jornalista na área em que você atua, o telejornalismo?

Daniel Brandi: O Jornalismo da TV precisa enfrentar a instantaneidade do Jornalismo Online e a rapidez do Rádio. Para tanto, a melhor arma é ir a fundo nos fatos, esmiuçar determinado assunto para o telespectador sob a ótica de quem gosta de ser informado sobre todos os detalhes, nuances e sutilezas. O telejornalismo tem essa possibilidade. E no caso das hard news, o ideal é ter a tesoura afiada, mas sem cortar o essencial. Para preparar matérias curtas e objetivas, o profissional deve ter em mente critérios bem definidos de prioridade e relevância. Em síntese, o bom senso deve estar sempre presente. Afinal, determinadas histórias merecem um tempo maior para serem contadas. Trinta segundos a mais podem fazer toda a diferença, podem gerar um impacto fundamental a uma reportagem e podem ser o gancho para a repercussão no dia seguinte. Portanto, o telejornalismo requer faro aguçado, uma boa tesoura e uma excelente calculadora conceitual.

Melo Journal: Você poderia dar alguma dica, sugestão ou indicação que possa ajudar aos futuros jornalistas a melhor trabalharem, a melhor se colocarem no mercado de trabalho?

Daniel Brandi: Uma boa sugestão é procurar, no momento da graduação, aprender um pouco de tudo. Nos quatro anos do curso, dá tempo de aprender muito sobre Teorias da Comunicação e também sobre a prática da produção, reportagem e edição em Rádio, Impresso, Online e TV, além da Assessoria de Imprensa. Se não for possível desenvolver bem cada uma das possibilidades durante as disciplinas da faculdade, o caminho é se envolver nos estágios, demonstrar interesse pelo aprendizado nessa fase primordial. Estagiário tem que explorar cada área do conhecimento que for possível, em vez de deixar ser explorado em atividades superficiais. Tem que ir à luta, procurar aprimorar o texto, buscar exemplo nos profissionais mais antigos, desenvolver um estilo próprio, trabalhar desde o início a humildade para lidar com a exposição na mídia, encarar o sentido do Jornalismo como dever de cidadão e renovar o olhar, para não transformar a profissão em burocracia de gabinete público.


* Parodiando a famosa música de Carmen Miranda (O que é que A Bahiana tem?)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lazer: hoje e sem falta!



Fonte: Google Imagens
Exageros de um lado, escassezes de outro. A vivência do lazer ultimamente é permeada por muitos questionamentos. Definido em vários dicionários como tempo para distração, repouso, tempo livre ou ócio, o tempo para vivenciar o lazer é tão importante quanto o vivenciado para o trabalho, como vem asseverando diversas pesquisas sobre o tema.

O grande problema é que ao focarmos o trabalho como nossa principal atividade (e às vezes até como única), impedimos a vivência saudável, espontânea e sem culpas do lazer. Até para que o trabalho possa dar resultados, são necessários momentos diários de relaxamento, de atividades que proporcionem ao corpo e à mente, o desligar das rotinas, geralmente tão estressantes.

Dar uma caminhada, uma volta de carro sem planejar o trajeto, uma visita ao museu (em Aracaju temos uma excelente opção: Museu da Gente Sergipana), deitar-se ao chão e relaxar o corpo, assistir um filme, subir numa árvore, brincar com animais, levar crianças ao parque, levar-se ao parque (risos), correr, dançar, tomar um banho mais demorado, ler, ouvir música, orar, meditar, tudo é válido para vivenciarmos esse momento tão essencial.

Foto: Blog Studio RP
Até os mais aficionados em trabalho deveriam garantir um tempo mínimo para tal vivência, visto que a produtividade das pessoas que investem no lazer aumenta expressivamente em comparação aos que não se permitem tal investimento. E os motivos para o crescimento dessa produtividade são óbvios: o equilíbrio das funções do corpo e da mente, consolidando o bem-estar físico, tão desejado por todos nós.

Então, o que estamos esperando?


Mais informações:

Felicidade, Espiritualidade e  Bem-Estar Físico 

As Esferas do Trabalho e Lazer e os Desafios e Tendências da Qualidade de Vida

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A evolução do Jornalismo Online


Foto: Dani Melo

Desde a década de 1970 que o jornalismo online tem suas primeiras expressões ensaiadas. De lá pra cá, suas formas, conteúdos, estética e sistemas de produção mudaram muito, acompanhando o ritmo acelerado do ciberespaço.

Inicialmente, o jornalismo online surgiu com a proposta de transpor conteúdos dos jornais impressos para a internet, caracterizando o que muitos autores denominaram de modelo transpositivo, em que não havia nenhuma adaptação ou adição de informações. Essa proposta de jornalismo online também pode ser classificada como de primeira geração.

Ao longo dos anos, com a evolução, transformação do ciberespaço, essa simples transposição de conteúdos passou a ser feita com integração de novas informações, com abertura a explorar as propriedades, as características do espaço virtual, e então temos a segunda geração.

Atualmente, o modelo de jornalismo online é o hipermidiático ou de terceira geração. Um jornalismo caracterizado por produção específica de conteúdos voltados para a internet, com velocidade de atualização, rapidez de apuração nos fatos, uso de conteúdos variados como música, sons, vídeos, animações, gráficos, tudo adaptado à realidade virtual.

Ainda nesse modelo, o ritmo de produção, a forma dos conteúdos, a apresentação dos produtos jornalísticos são estritamente influenciados, condicionados pelos fatores tecnológicos, pois é possível estabelecer uma relação direta entre as inovações tecnológicas e o surgimento de novas habilidades no jornalismo online.


Mais informações:

Tecnologia e desenvolvimento na produção jornalística. In: Produção e colaboração no Jornalismo Digital/ Carla Schwingel, Carlos A. Zanotti (org.) – Florianópolis: Insular, 2010

O Jornalismo Online Como “Evento Audiovisual Extensivo”: O caso do G1, Portal De Notícias Da Globo 1